sábado, 24 de janeiro de 2009

Dia 15/01 De Vallenar (Chile) à Mendoza (Arg)

Laguna Del Inca - Portillo, Chile





O imponente Aconcágua




A fila na aduana Los Horcones subia a cordilheira




Despertamos antes do sol, em Vallenar. O dono do hotel teve a gentileza de adiantar nosso café para que logo estivéssemos na estrada. Sempre em direção ao sul, pela Panamericana, fomos ganhando quilometragem. Passamos por La Serena, Los Vilos, La Ligua... Quando nos aproximávamos de Valparaíso pegamos o caminho para Los Andes. Eram quase 4 horas da tarde.
Antes de chegar à Los Andes a estrada estava interditada para obras, resumindo o trânsito a uma pista só. Pelo tamanho da fila, a espera já era grande. Fazia muito calor, e resolvemos avançar vagarosamente até o início da fila. No ponto de início da interrupção, havia uma viatura da polícia chilena e alí resolvemos esperar. Ficamos parados uns 20 minutos. O policial entrou na viatura e começou a puxar o comboio, devagar, quase parando. Após nos livrarmos do "entrevero", chegamos em Los Andes. Completei a gasolina da hornet e começamos a subir a cordilheira. Deste ponto em diante, a minha moto já sabe o caminho sozinha, e subi os Caracoles de olhos fechados.
Parada obrigatória para fotos em Portillo, na Laguna Del Inca, uma passada na aduana chilena, onde troquei o resto de pesos chilenos que ainda tinha e... nos deparamos com uma fila quilométrica na aduana Los Horcones, integrada Chile - Argentina.
Em várias aduanas os policiais mandam as motos passar na frente, pois o trâmite é mais simples para motocicletas. Mas dessa vez, quando chegamos na frente, o policial educadamente pediu para que esperássemos lá, lá, lá atrás, e em algum tempo mandaria nos chamar. Até por questões de segurança, pois já estávamos perto das 7 horas e pegar a noite na cordilheira, de moto, não seria muito agradável.
E assim fizemos. Passados uns 45 minutos em uma fila que não andava, começamos a mudar os planos. Teríamos que dormir em Uspallata.
Daqui a pouco, passa uma viatura policial gritando: "motos para frente!" Não tivemos dúvida!
Fomos avançando vagarosamente e nos colocamos quase na frente dos guichês de fiscalização. Enquanto o Luciano posicionava melhor as motos, fui falar com os motoristas argentinos e chilenos que estavam perto da gente e expliquei à eles que o policial havia nos permitido "furar a fila". Todos aceitaram numa boa, entendendo que a noite iria nos pegar na estrada. Daqui a pouco, quando olhamos para trás, vem uma fila de motociclistas paulistas, tentando passar junto com nós (eles já estavam há 2 horas na fila). Aí começou o buzinaço de protesto dos automóveis. Deixamos a confusão para nossos conterrâneos e nos arrancamos de lá.
Chegando no posto de Uspallata tomamos um chocolate quente e partimos para o último trecho do dia.
Estávamos indo bem, nos aproximando de Mendoza, quando no meio do nada, depois de uma curva aparece um policial parado no meio da pista e outro em cima de uma moto policial, pronta para arrancar caso você resolva não parar.
Adivinhem o que eles queriam?
Começaram com um papo de ultrapassagem em local proibido, de multa no valor de 250 dólares... Segurando os papéis da moto do Luciano na mão, diziam que ele teria que ir à Mendoza pagar a multa e depois voltar até aquele lugar para recuperar os documentos.
Sabendo do que eles queriam, dava vontade de dizer: "então tá! fiquem aqui esperando que já voltamos!"
Começou a anoitecer e nós alí, sendo estorquidos pelos policiais-ladrões.
Resumindo: depois de muita conversa, pagamos à eles 100 pesos, o equivalente a 68 reais e o Luciano teve os documentos da Fazer devolvidos.
Eles que nos aguardem da próxima vez! Pelo terceiro ano seguido passamos naquele ponto, a 60 km de Mendoza. Sempre víamos as motos-viaturas paradas alí, mas nunca haviam nos parado. Deve ser o ponto fixo da dupla há muito tempo. É uma Harley e uma BMW Funduro policial. Na próxima viagem, vamos levar um documento vencido das motos junto e este documento sem validade vamos entregar à eles, caso nos parem novamente. Percebemos que em nenhum momento eles conferem o papel e estão apenas interessados no dinheiro que podem arrancar.
Chegamos à Mendoza já bem tarde da noite e perdemos o Omar de vista. Eu estava na frente, puxando a fila. Enxergava apenas o farol do Luciano, no meio de dezenas de outros carros. E o Luciano via um farol no espelho retrovisor, e achava que era da TDM do Omar. No primeiro viaduto de acesso nós entramos. Paramos em uma sinaleira e então percebemos que o Omar não estava junto.
Ficamos um tempo esperando e nada! Resolvemos seguir até a frente do hotel, na esperança de que o Omar e a Eloá lembrassem do nome do hotel e seguissem para lá. As motos ficaram na frente do hotel até quase 11 horas da noite. Ficamos preocupados com os dois pois não sabíamos a partir de que ponto havíamos nos separado. Antes de entrar na cidade pegamos um trecho horrível e mal sinalizado, com um desvio devido à obras e começamos a pensar bobagem...
Fomos dormir sem saber onde os dois estavam. Tentamos telefones de contato e nada.
A recepção do nosso hotel também ligou para alguns lugares e mandou um email para os hotéis da redondeza, pedindo que, caso o Omar e a Eloá estivessem hospedados, que entrassem em contato.
Foi um dia bem estressante. Rodamos exatos 898 km, passamos por uma aduana lotada, fomos "garfeados" por dois policiais corruptos e o pior de tudo: nos perdemos de nossos amigos na entrada de Mendoza.
Nessas horas vale o ditado..."o tempo é o melhor remédio!"

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