segunda-feira, 31 de março de 2008

Sul do Chile 2008 Parte 5

Juntos, mas cada um na sua! 2008

Sul do Chile e Argentina
Parte 5
Em Puerto Varas ficamos na mesma hospedagem do ano passado. Dona Rosi, a proprietária, nos reconheceu e, após nos encaminhar ao quarto, foi para a cozinha preparar o seu tradicional “kuchen” de framboesa. Que saudade!
Amanheceu com chuva e frio. A chuva dava umas pequenas tréguas e aí aproveitávamos para bater pernas pela cidade. O grande vulcão Osorno parecia não existir, pois o tempo estava totalmente fechado. Olhávamos em sua direção e nada! Nenhuma brecha nas nuvens! È o segundo ano que viajamos até aqui e ele não se mostra!
Caminhando pelas ruas de Puerto Varas descobrimos uma pequena revenda da Yamaha, que também pode ser de grande ajuda caso alguém um dia precise de algo para sua moto. Não havia pneu específico para motos como as nossas, mas a atendente disse que, precisando, fariam o pedido para a matriz em Santiago e, em 3 dias, os pneus estariam na loja. Sempre é bom saber disso.
Compramos um jornal para saber a previsão do tempo e as notícias não eram boas. Teríamos outro dia de vento, frio e chuva.

Sul do Chile 2008 Parte 4

Juntos, mas cada um na sua! 2008

Sul do Chile e Argentina
Parte 4



Chegamos à Bariloche às 21:30, depois de aproximadamente 1000 km rodados. Fazia muito frio e ventava ainda, com menos intensidade. A cidade estava bem mais movimentada que no ano anterior e as montanhas tinham mais neve também. Não perdemos tempo e logo achamos um hotel para descansar.


Acordamos revigorados no dia seguinte e arrumamos as coisas para partir. Na saída da cidade paramos em uma loja de motopeças para comprar uma lâmpada de sinaleira, pois a sinaleira traseira da moto do Luciano havia queimado no dia anterior. Nesta loja tem tudo, inclusive pneus. É a Motos Del Sur, e fica na avenida de acesso ao centro de Bariloche.
Partimos da cidade pegando ainda um pouco de vento, frio e uma garoa fininha. Em Villa La Angostura paramos para tirar fotos e a partir daí a chuva aumentou, só parando perto de Puerto Varas, já no Chile.



Chuva e frio. Na divisa entre Argentina e Chile havia gelo perto do acostamento da estrada! Meus dedos estavam duros, mesmo com as luvas, e tive dificuldades no primeiro pedágio para pegar o dinheiro no bolso da jaqueta.




Sul do Chile Parte 3

Juntos, mas cada um na sua! 2008
Sul do Chile e Argentina
Parte 3
Iríamos pela Ruta 3, mas em um posto perto de Cañuelas, onde paramos, uma brasileira que mora em Buenos Aires começou a conversar conosco e nos aconselhou a pegar a Ruta 205, em direção à Lobos, Saladillo e San Carlos de Bolívar, passando depois pelas Rutas 65 e 33, chegando finalmente à Bahia Blanca. A frentista do posto BR confirmou, dizendo que era um caminho com poucos caminhões.
E assim fizemos. Realmente pegamos pouquíssimo movimento, num asfalto perfeito e margeado por plantações de girassóis.

Faltando pouco mais de 150 km para chegarmos, entramos numa tempestade, com muita chuva e vento lateral, diminuindo muito nossa visibilidade, e querendo a toda hora empurrar as motos para fora da pista. Não via a hora de sair fora daquele liquidificador. No horizonte à frente a chuva dava sinais de trégua e chegamos à Bahia Blanca já com sol.


Pernoitamos na cidade e saímos cedo no dia seguinte para enfrentar o trecho que, saberíamos depois, ter sido o mais difícil de toda a viagem!
Saímos de Bahia Blanca pela Ruta 22 em direção à Neuquen, enfrentando um trânsito com muitos caminhões, principalmente perto de General Roca.
Estava muito quente e quase derretemos nas sinaleiras de Neuquen.
A partir daí, pegamos a Ruta 237 para Bariloche. O céu estava azul, limpíssimo, mas à medida que nos aproximávamos de Va. El Chocón começamos a observar uma névoa no horizonte. Paramos no primeiro posto para abastecer e descobrimos o que era a tal névoa: uma tempestade de areia, e estávamos indo na direção dela! Lubrificamos bem as correntes das motos e fomos.
Era tanto vento que minha moto bateu reserva com 125 km rodados. Abasteci em Picuun Leufú e depois em Piedra Del Águila, sempre com a luz de gasolina reserva acendendo entre estes trechos. Perto do asfalto erguiam-se pequenos redemoinhos de vento e areia. O Luciano até parou pra tirar fotos, mas eu não queria perder nem um segundo naquele lugar!
Um ano antes, passamos por este mesmo trecho e não pegamos tanto vento. Lembro-me de ter passado por uma placa que dizia: -“ Ben Venidos à Picuun Leufú, tierra de los vientos!”
Em 2007 passamos ilesos pela terra dos ventos, mas em 2008 não tivemos esta sorte!
Fiquei imaginando que este local poderia contar com geradores de energia eólica. Já há uma grande hidrelétrica na região, mas a energia dos ventos está sendo disperdiçada! Ao menos se ela empurrasse nossas motos para frente! Mas não, o vento ou nos segurava ou nos empurrava para a lateral.



quinta-feira, 20 de março de 2008

Sul do Chile 2008 Parte 2

Juntos, mas cada um na sua! 2008
Sul do Chile e Argentina
Parte 2



No dia 04 de janeiro partimos pela manhã, mas em direção à Novo Hamburgo, onde troquei o pneu traseiro da Hornet na Comoto, já que o original apresentava sinais de desgaste ainda da primeira viagem e fiquei com receio de ter que procurar por pneu na Argentina. Preocupação totalmente infundada, pois como fomos vendo na viagem, existem várias cidades nos países vizinhos onde se pode comprar pneus, trocar óleo, e outras coisas mais que podem se tornar necessárias numa viagem destas. No decorrer do relato, vou contando!
Por volta das 11 horas da manhã, com e serviço feito, apontamos as motos em direção à fronteira e aceleramos! O ano de 2008 estava começando para nós!
Chegamos em Santana do Livramento por volta das 18 horas. Banho tomado, motos bem guardadas fomos tomar um chimarrão e depois comer uma pizza, nos preparando para no dia seguinte, cruzar a fronteira.
Dia 05 de janeiro, bem cedo, abastecemos as motos e partimos. A saída na Aduana foi rápida, fácil, sem filas.
De Rivera à Tacuarembó ( Ruta 5) o caminho é muito bonito e o asfalto muito bom. Em Tacuarembó abastecemos as motos, a minha principalmente até o gargalo, pois enfrentaríamos um trecho onde fiquei sem gasolina no ano passado. Entramos na Ruta 26 que leva à Paysandu e então começou um trecho deserto, com asfalto precário.
Desta vez sem problemas com a autonomia das motos, já que imprimimos um ritmo mais light, principalmente pelo estado da rodovia.
Chegando à Paysandu enfrentamos uma pequena fila na Aduana, mas que fluía bem, não sendo necessário nem descer das motos. Apresentamos os documentos necessários e pronto: estávamos na Argentina!


Pegando a Ruta 14 em direção à Zarate, fomos dormir em Luján, onde tínhamos uma encomenda para entregar: uma cuia de chimarrão para as donas do hotel onde havíamos nos hospedado no ano anterior. Na Argentina existem cuias para vender, mas o pessoal se encanta com as cuias gaúchas, principalmente com a nossa, que é grande, sempre ocupando um espaço privilegiado no bauleto. Já fizemos diversas amizades devido ao nosso chimarrão. Uma outra cuia, parecida com a nossa está em Uspallata, aos pés da Cordilheira dos Andes, no Hotel Vale Andino. Enviamos para lá, depois de nossa estada em 2003.
Nosso presente desta vez incluía cuia, bomba e erva gaúchas.
Em Luján, caso alguém precise, há uma loja que vende pneus para motos grandes, é a Fernando Motos, perto da Basílica.



Nossa estada em Luján este ano será lembrada pelo belo “assado de tira que comemos”.
No dia seguinte, posicionamos as motos em frente à Basílica e tiramos muitas fotos. Dali mesmo partimos, com destino à Bahia Blanca, nosso próximo pernoite.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Sul do Chile 2008 Parte 1

JUNTOS, MAS CADA UM NA SUA !!!
Edição 2008
parte 1

O final de 2007 e o começo de 2008 estavam meio mornos, pois não havíamos programado nenhuma viagem para este período, e lógico, estava faltando algo!!!
No dia 03 de janeiro, quarta feira, subimos ao Posto Umbu, tradicional ponto de encontro de motociclistas, para tomar um chimarrão, já que estávamos de férias e as motos há algumas semanas não rodavam. Só que foi acontecendo algo estranho no caminho. Eu via o Luciano rodando na minha frente pelo caminho, e tinha a nítida sensação de estarmos numa viagem... e me sentia muito bem por isso!!!
Chegando ao posto, preparamos nosso chimarrão, e começamos a conversar e apreciar o movimento. Estava tudo calmo, já que era uma quarta-feira. De repente, um silêncio, e o Luciano começou a me contar que havia sentido “algo bom” ao fazer aquele passeio, como se estivéssemos fazendo novamente uma bela viagem!!! Tínhamos tido a mesma sensação.
E porquê não??? Estávamos de férias, as motos sempre bem preparadas, já conhecíamos as estradas argentinas e chilenas e não haveria necessidade de um planejamento mais elaborado. E assim o fizemos.
Ainda no mesmo dia, de tarde, já estávamos com as cartas verdes e o câmbio feito. De noite, arrumamos a bagagem e fomos dormir com uma nova viagem por iniciar no dia seguinte!!! O roteiro seria parecido com o que fizemos no ano passado, só que em sentido contrário. Saindo por Santana do Livramento e retornando por Uruguaiana, iríamos à região dos Lagos e Vulcões, no sul do Chile; um lugar bonito demais para uma viagem apenas!
As motos utilizadas: eu, Tatiane, de Hornet, e meu marido, Luciano, de Fazer 600. Uma grande viagem teste entre estas duas belas concorrentes!
segue...