quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sul do Chile 2008 Parte 10

Juntos, mas cada um na sua!

Sul do Chile e Argentina 2008.

Parte 10

Saímos de San Francisco em direção à Santa Fé e Paraná. Após este trecho, pegamos as Rutas 12 e 127. Neste trecho, meio deserto, paramos para almoçar e abastecer as motos. Só que não havia gasolina no único posto do local, e o próximo, para frente ficava a 130 km! Resolvemos não arriscar e voltamos um pouco, pois eu havia visto um outro posto num vilarejo que havíamos passado, 10 km antes. Se neste não houvesse gasolina também, estaríamos encrencados. Principalmente eu!
Chegando lá, o local parecia vazio. Pensei estar assim por não haver combustível. Demorou alguns minutos mas apareceu um frentista que, para meu alívio, veio em minha direção já perguntando se eu queria “super” ou “normal”. -Super e cheio, bem cheio!” Lhe disse.
Retomando nosso caminho, pegamos a Ruta 14 já em clima de despedida da Argentina.
Os caminhoneiros que viam em sentido contrário buzinavam, abanavam, faziam sinal de positivo, já sabendo que, com as motos carregadas e sujas como estavam, e naquele sentido da rodovia, estávamos concluindo nossa viagem. Uma grande viagem!
Chegamos antes do anoitecer em Uruguaiana. Ficamos no hotel de sempre, e após um bom banho, fomos matar a saudade da comida brasileira. Jantamos em frente à linda praça da cidade e de sobremesa assistimos ao pré carnaval, com uma de suas escolas de samba, desfilando bem em frente ao local onde estávamos. Ainda bem que o hotel não ficava por ali, senão seria difícil dormir.
No dia seguinte, fomos acordados por um forte temporal, com uma quantidade de relâmpagos e trovões que eu nunca havia visto! Tomamos café descansadamente, esperando o mau tempo passar. A chuva amenizou um pouco, mas não parou. Como já era mais de 10 horas da manhã, resolvemos sair assim mesmo, com a esperança de que a chuva parasse no caminho. Só que aconteceu o contrário. À medida que nos distanciávamos de Uruguaiana a chuva ia ficando cada vez mais forte. Até Alegrete não enxergávamos quase nada, e fomos conduzindo devagar, pois não havia lugar nenhum para parar. Fomos sair da tempestade já em São Gabriel, onde paramos para um lanche e abastecimento. Na saída do posto, mais raios e trovões, e uma enorme nuvem preta se aproximando. Saímos rapidamente antes que a chuva nos alcançasse novamente. Viemos tranqüilamente e, para cair logo na realidade, enfrentamos um congestionamento entre Porto Alegre e Canoas.
Chegamos em nossa cidade, Sapucaia do Sul, por volta de 18 horas do dia 18 de janeiro.
Foram, no total, 15 dias de viagem com exatos 6800 km rodados. Uma viagem que recarregou nossas baterias para mais um ano de trabalho. Viagem que abasteceu nossas mentes de boas lembranças e nos permitiu um grande crescimento individual e também como casal. Juntos, mas cada um na sua!!!
Um grande abraço, Tatiane e Luciano Kremer.

Sul do Chile 2008 Parte 9

Juntos, mas cada um na sua!

Sul do Chile e Argentina 2008.

Parte 9

Dia seguinte, como estávamos acostumados a acordar cedo, oito horas estávamos prontos para tomar nosso café. Depois, pegamos nosso inseparável companheiro, o chimarrão, atravessamos a rua e fomos sentar em um banco da bela praça para sorvê-lo.
No restante do dia, caminhamos pela cidade. O Hugo nos deu dicas ótimas de lojas para comprar lembranças e fomos conferir.
Jantamos em um lugar bem bacana, duas milanesas regadas a um vinho maravilhoso, já em clima de despedida da cidade.
Acordamos cedo para ganhar a estrada e partimos em direção à cidade de San Francisco, andando neste dia por volta de 760 km. Pegamos um pouco de vento neste dia, mas o que mais incomodou foi o trânsito intenso de caminhões e alguns congestionamentos devido à reparos na pista em alguns trechos.
Chegando à San Francisco, nos hospedamos em um bom hotel. Guardamos as motos na garagem, jantamos no restaurante do próprio hotel e fomos caminhar para conhecer um pouco mais a cidade. Descobrimos uma concessionária Honda na avenida principal, a Cento Motos. Tem tudo o que possa ser preciso em caso de manutenção de motos em viagem e descobrimos também o endereço de um mecânico que, segundo os proprietários da loja, é o melhor da região e o único que mexe em motos grandes. Seu nome é Luiz Baldo e sua oficina fica na rua Independência, 2650. Achamos este tipo de informação muito importante, pois há um conceito errado entre nós motociclistas brasileiros, de que não há na Argentina e Chile lugares que possam fazer manutenção adequada em nossas motos. Como vimos, não há necessidade de carregar pneu e óleo juntos do Brasil, bem como outras peças de reposição, para trocar no caminho.
Aproveitamos nossa viagem para “mapear” as cidades onde há estrutura adequada para mexer nas motos. É claro que deve-se iniciar uma viagem com as motos sempre bem revisadas, mas imprevistos podem acontecer e é bom estar preparado.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sul do Chile 2008 Parte 8

Juntos, mas cada um na sua!

Sul do Chile e Argentina 2008.
Parte 8

Nesse nosso regresso pela Rodovia Panamericana paramos para descançar em Chillán e Los Andes. Calculamos os dias de nossa viagem para passar por Santiago em um domingo. Assim não teríamos problemas com o trânsito complicado da cidade. E deu super certo! Passamos tranqüilamente pelo centro. Ao contrário da primeira vez, quando chegamos em Santiago no dia 31 de dezembro de 2002, às 16 horas da tarde. Resultado: o caos! Estávamos entre sete motos, eu de YBR. Perdemos um integrante da equipe e só fomos encontrá-lo no dia seguinte. ( Revista Duas Rodas, edição 335 ).
Decidimos pernoitar em Los Andes para poder aproveitar ao máximo a travessia da Cordilheira dos Andes no dia seguinte.


Acordamos para um dia bem light. Faríamos pouca km. Andaríamos apenas de Los Andes até Mendoza, parando para tirar muitas fotos! E assim fizemos.
Quando estávamos tirando fotos em Portillo, encontramos dois casais argentinos, que moravam em Mendoza e estavam retornando de Santiago. Um casal estava de África Twin e o outro de Transalp. Super simpáticos, saíram pouco antes de nós e acabamos nos encontrando novamente na aduana Los Libertadores. Havia uma fila imensa e os argentinos estavam muito a nossa frente, quase na vez de serem atendidos. Eles nos fizeram sinal, nos chamaram, pediram para que os carros recuassem para que nós passássemos com as motos.
Passamos junto com eles na aduana, nos poupando, quem sabe, umas duas horas de espera no sol. Percebemos que um deles, o Hugo, era conhecido por muitos na aduana. Policiais, motoristas, todos o cumprimentavam. Ele nos disse que tinha um programa humorístico na TV em Mendoza. No início não acreditamos muito, achamos que estava brincando. Estava sempre faceiro, com um sorrisso de orelha à orelha. Seu amigo, Omar, era mais calado, observador, mas igualmente simpático, assim como suas esposas.
Como agradecimento por terem nos auxiliado na aduana, presenteamos aos novos amigos com bonés e adesivos de nossa viagem. Sempre levamos alguns “souvenirs” junto em nossas andanças. É uma ótima maneira de deixar marcada a nossa passagem pela vida das outras pessoas.
Nossos presentes fizeram um efeito que não esperávamos. Eles ficaram tão surpresos e agradecidos, que nos escoltaram até Uspallata, onde nos pagaram uma pizza de almoço. E ainda combinaram de nos buscar no hotel, em Mendoza, para jantarmos juntos uma grande parrilla.

Após a pizza, fomos todos juntos até Mendoza. Eles foram para suas casas e nós nos dirigimos ao Hotel San Martin, ótimo hotel e com um preço justo, em frente à Praça Independência.
Como os argentinos são boêmios, o Hugo combinou de nos buscar para jantar por volta das 23 horas! Resolvemos descansar algumas horas e, quase meia-noite toca o telefone de nosso quarto. Era o Hugo nos chamando. Foi a turma inteira, nós, o Hugo, o Omar e suas esposas. Realmente, o Hugo é conhecidíssimo. Não havia ninguém que passasse sem acenar para ele! Que figura! Tem até um cd com músicas de sua autoria tocando nas rádios locais.

Após a janta, resolveram nos levar para conhecer a cidade. Ficamos rodando de carro por várias horas. Nos divertimos muito!!!
De volta ao hotel, resolvemos dormir sem horário para acordar. Ficaríamos um dia descansando em Mendoza.

Sul do Chile 2008 Parte7

Juntos, mas cada um na sua!

Sul do Chile e Argentina 2008


Parte 7



No dia seguinte, cedo da manhã, enchemos o tanque do carro e o devolvemos na locadora.
O sol vagarosamente começou a aparecer. Observamos que o céu gradativamente limpava e outro vulcão, um pouco menor, o Cabulco, começava a aparecer.
Pegamos as motos e resolvemos nos dirigir novamente para próximo do miradores que existem ao redor do Lago Llanquihue. Fomos novamente aos Saltos Del Rio Petrohue e, como desta vez o tempo estava melhor, resolvemos entrar.

Tiramos fotos belíssimas, mas com o vulcão Osorno ainda coberto. Ao menos havia sol. Fora do parque, o Luciano descobriu uma estradinha de terra que levava até a beira do rio e fomos com as motos até lá, tirando outras belas fotos. Neste local, encontramos um repórter chileno que estava fazendo uma matéria de turismo para um jornal de Santiago. Ele nos pediu permissão para tirar fotos nossas e publicar em sua matéria. Fomos então parar no caderno de turismo de um dos jornais mais conceituados da capital chilena!
Saindo daí, subimos novamente até a base do vulcão Osorno, tiramos mais fotos e voltamos para Puerto Varas. Antes disso, fizemos um pit-stop numa tendinha que vendia doces na beira do lago e saboreamos uma deliciosa “kuchen”. Pequenos momentos que geram grandes lembranças.



Após a janta, arrumamos nossas coisas para no dia seguinte começar nosso regresso.
Amanheceu chovendo novamente. Nos despedimos de dona Rosi e pegamos a Ruta 5. A chuva e o frio nos acompanharam até perto da cidade de Osorno.
Á medida que andávamos em direção norte, parecíamos estar trocando de estação, pois a diferença na temperatura era muito grande. Parecia que no sul estávamos no inverno e agora, 200 km acima no mapa já estávamos enfrentando novamente altas temperaturas. O sol brilhava forte em um céu azul. Olhando para trás, de onde estávamos vindo, víamos nuvens densas cobrindo tudo. Acho que nem se ficássemos mais uma semana em Puerto Varas o tempo não melhoraria!