segunda-feira, 31 de março de 2008

Sul do Chile Parte 3

Juntos, mas cada um na sua! 2008
Sul do Chile e Argentina
Parte 3
Iríamos pela Ruta 3, mas em um posto perto de Cañuelas, onde paramos, uma brasileira que mora em Buenos Aires começou a conversar conosco e nos aconselhou a pegar a Ruta 205, em direção à Lobos, Saladillo e San Carlos de Bolívar, passando depois pelas Rutas 65 e 33, chegando finalmente à Bahia Blanca. A frentista do posto BR confirmou, dizendo que era um caminho com poucos caminhões.
E assim fizemos. Realmente pegamos pouquíssimo movimento, num asfalto perfeito e margeado por plantações de girassóis.

Faltando pouco mais de 150 km para chegarmos, entramos numa tempestade, com muita chuva e vento lateral, diminuindo muito nossa visibilidade, e querendo a toda hora empurrar as motos para fora da pista. Não via a hora de sair fora daquele liquidificador. No horizonte à frente a chuva dava sinais de trégua e chegamos à Bahia Blanca já com sol.


Pernoitamos na cidade e saímos cedo no dia seguinte para enfrentar o trecho que, saberíamos depois, ter sido o mais difícil de toda a viagem!
Saímos de Bahia Blanca pela Ruta 22 em direção à Neuquen, enfrentando um trânsito com muitos caminhões, principalmente perto de General Roca.
Estava muito quente e quase derretemos nas sinaleiras de Neuquen.
A partir daí, pegamos a Ruta 237 para Bariloche. O céu estava azul, limpíssimo, mas à medida que nos aproximávamos de Va. El Chocón começamos a observar uma névoa no horizonte. Paramos no primeiro posto para abastecer e descobrimos o que era a tal névoa: uma tempestade de areia, e estávamos indo na direção dela! Lubrificamos bem as correntes das motos e fomos.
Era tanto vento que minha moto bateu reserva com 125 km rodados. Abasteci em Picuun Leufú e depois em Piedra Del Águila, sempre com a luz de gasolina reserva acendendo entre estes trechos. Perto do asfalto erguiam-se pequenos redemoinhos de vento e areia. O Luciano até parou pra tirar fotos, mas eu não queria perder nem um segundo naquele lugar!
Um ano antes, passamos por este mesmo trecho e não pegamos tanto vento. Lembro-me de ter passado por uma placa que dizia: -“ Ben Venidos à Picuun Leufú, tierra de los vientos!”
Em 2007 passamos ilesos pela terra dos ventos, mas em 2008 não tivemos esta sorte!
Fiquei imaginando que este local poderia contar com geradores de energia eólica. Já há uma grande hidrelétrica na região, mas a energia dos ventos está sendo disperdiçada! Ao menos se ela empurrasse nossas motos para frente! Mas não, o vento ou nos segurava ou nos empurrava para a lateral.



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